O mês de agosto é um mês muito especial pra mim. O meu progenitor nasceu no dia 11 e eu apenas dois dias depois; é claro nasci alguns anos mais tarde, pra ser mais precisa 39 anos mais tarde que ele.
No domingo (dia 28) fomos à Candangolândia fazer uma visita. O lugar me fez relembrar as histórias que ouvi do papai sobre os anos em que morou e trabalhou em Brasília, morando nessa mesma localidade.
O papai, se estivesse vivo, teria completado 93 anos. Sou sempre grata pelo homem que Deus usou para trazer eu e meus irmãos a esse mundo. Crescemos ouvindo o papai contar histórias de sua vida cheia de aventuras, bravuras e também muito sofrimento.
Uma das frases que sempre ouvíamos em nossa infância era essa, “quem não tem do que gosta, gosta do que tem”. Isso quando a comida não era a nossa preferida. Ele era um homem sempre contente e que nos ensinou com sua vida a importância do contentamento.
Ele tinha o hábito de contar histórias do tempo em que viveu no amazonas e também de seu tempo trabalhando em Brasília, por ocasião da construção da nova Capital. Eram tempos difíceis em que muitos homens foram atraídos de várias partes do país com o intuito de construir a nova capital federal. O cearense que já tinha ido a várias cidades do Brasil tentou se esquivar, pois como ele dizia “Brasília só tinha mato e poeira”. Mas, acabou tendo que retornar e se empregar na Novacap, a companhia responsável pelos trabalhadores, candangos… Fico imaginando a luta daqueles dias em que, homens de todo o país se empregaram na árdua tarefa de edificar a nova Capital do Brasil. O trabalho árduo e insalubre fez com que meu pai adoecesse e tivesse que ser conduzido até Goiânia, para uma casa de tratamento. Lá depois de alguns anos, ele conheceu minha mãe e acabou decidindo se estabelecer na cidade.
Além de trabalhar durante o dia, começou a estudar a noite, já que havia uma escolinha nas redondezas. Conseguiu concluir o primário e fazer admissão ao ginásio. Ele mesmo não tendo estudado pouco sabia fazer contas de cabeça e isso rapidamente!
A saudade ainda é grande. Por isso tive que parar pra escrever algo sobre o homem que mais do que ninguém influenciou minha vida deixando marcas inesquecíveis não só em mim, como também em todos os que com ele conviveram.
Deus seja pra Sempre louvado!

