A reticência e o Mar de fogo

Dentro do coração que quer falar a Deus, lutam sempre a compulsão e a reticência. (…) Nós nos consolamos, no entanto, com a idéia de que é Deus que coloca em nossos corações o desejo de buscá-lO, tornando possível conhece-lo em parte, e Ele se agrada do mais frágil esforço para torná-lO conhecido.

Se algum observador ou santo que tivesse passado séculos ao lado do mar de fogo, descesse à terra, como seria sem significado para ele a tagarelice incessante dos homens. Como lhe seriam estranhas e como pareceriam vazias as palavras triviais, áridas e inúteis que hoje se ouvem na maioria dos púlpitos todas as semanas. E se algúem fosse falar aqui na terra, não falaria sem dúvida de Deus, fascinando os seus ouvintes com as descrições extasiadas da Divindade? E depois de ouvi-lo, será que consentiríamos novamente em aceitar qualquer coisa inferior à teologia, a doutrina de Deus? Não exigiríamos depois de tal experiencia, qu nos falassem tão-somente da visão do próprio Deus ou então que se calassem totalmente?”

(Mais perto de Deus – A.W. Tozer)